Sinto o calor que me abafa
Como se de duas mãos se tratasse
Ou um braço forte me sufocasse
O sol raia sem brilhar
As flores secam de tristes
A terra não se deixa trabalhar
A estrada parece não ter fim
É um deserto que não acaba
Um mundo que não é p'ra mim
Nada parece igual
Ao mesmo tempo tudo normal
Dou por mim a querer desaparecer
E o desespero não pára
Esta raiva que sai de dentro
Uma coisa tão rara
Não vejo ninguém
Tudo me rodeia porém
Só consigo sentir o quente do dol
O ar mostra monotonia
Uma mudança constante também
Transformação e harmonia
O mundo parece acabar
Ninguém consegue continuar
Neste caminho de gente perdida
O tempo está a passar
O sol não se põe
O dia está p'ra ficar
E a noite que não vem
Parece que o universo nem lua tem
O tempo pára
As flores choram
As folhas caem
As gentes não voltaram
E não consigo mais
Fecho os olhos finalmente
Enquanto cai a última semente
* Dá vontade ler...